sábado, 28 de novembro de 2009

Expo Brasil 2009 - desenvolvimento local

Resolvi colocar no blog mais um presente que ganhei do “acaso”, a participação na Expo Brasil 2009 – desenvolvimento local.

Inicío com a palestra de Ignacy Sachs – mudando rumos condenados a inventar, onde o ‘ecossocioeconomista’, dá uma pincelada nas 3 linhas de ação para essa mudança de rumos que as crises econômica, social e ambiental nos trás: consolidação e expansão do bem-estar da população, ampliar o pe3rímetro da economia solidária e a transição para a economia de baixa emissão. Segundo ele Brasil sai na frente pois tem vantagens permanentes, como país tropical que tem a maior biodiversidade do mundo e também pelo fato de estar na frente na tecnologia da biomassa. Lançou recentemente o livro: A terceira margem.

Bancos comunitários e incubadoras de empreendimentos solidários.
A experiência do Banco de Palmas no Ceará é algo que mexeu com todos os presentes na palestra, como a história de uma comunidade que se uniu na luta pela sobrevivência trouxe um desenvolvimento impressionante para o local e vida de qualidade das pessoas. Resumindo (e muito) o conjunto palmeiras foi erquido em mutirão e quando pronto, perceberam q a população tava indo embora pq não tinha dinheiro para ficar, então após diagnosticarem a causa, o dinheiro indo para fora deixando a comunidade pobre, resolveram implantar o banco de palmas e manter o dinheiro no município, com crédito para produção e consumo, criando cooperativas de compras e de venda, gerando a produção local para atender ao consumo local, com a Palma Fashion, Palma Limp e outras empresas tornando-se um marco na economia solidária no Brasil e no mundo. Vale a pena ver o vídeo: A revolução do Consumo: http://www.youtube.com/watch?v=jWZP997S7TE

Netweaving com Augusto de Franco
http://escoladeredes.ning.com/profiles/blog/show?id=2384710%3ABlogPost%3A43129&page=1#c_021
tem a apresentação dele na escola de redes, doado para domínio público, além disso tem muito material sobre redes no ning.
Resumidamente: o ser humano é uma rede, a sociedade é um conjunto de relações incluindo os indivíduos, rede social é conexão entre pessoas, rede distribuída é rede cooperativa, pobreza = pobreza de conexões, rede só existe enquanto flui, a propagação distribuída das variações gera ordem, conectar as pessoas é mais decisório do que obrigar a se organizar, quanto mais conectada a pessoa é menor é o mundo que ela vive, quanto mais conectado, mas caminhos, mais conhecimentos, mais empoderados, rede mãe – 1% das pessoas conectadas já dá resultado (mínimo para a capilaridade da rede). Bom, ainda estou digerindo tanta informação, mas, se teve alguma dúvida, me conecta q vamos juntos aprendendo.

Dinâmica de redes
Uma oficina simples mas provocante. Um simples encontro de pessoas desconhecidas pode estartar uma multiplicidade de interesses e possibilidades. O que fazer? Uma roda, cada um se apresenta e diz: nome, o que eu procuro e o que eu ofereço. Luiz Fernando Sarmento/RJ

Tivemos a honra de ter a Marina Silva (senadora) como palestrante, apesar de rápida (30min) falou sobre a transição para a economia de baixo carbono no Brasil, através do desenvolvimento sustentável nas dimensões: econômica, ambiental, social e cultural e também estética, ética e política. Prover meios para as pessoas desenvolverem as suas potencialidades, não comprometer a Terra para as futuras gerações, manter as raízes culturais, temos 220 povos indígenas e 180 línguas, quem dá sustentabilidade política aos políticos é o povo... a mudança virá através de 3 coisas: visão generosa (necessidades), processo horizontal, transparente e democrático, estruturas flexíveis com todos os públicos. Finalizou citando Hana Arendt: “os homens, embora devam morrer, não nasceram para morrer, mas para começar”

Desencadeamento de rede e desenvolvimento territorial com Cássio Martins.
Ele define rede como: fenômeno organizacional capaz de auto regulação produzido por uma dinâmica de conectividade. Pense numa rede q se forma quando uma pessoa morre. Em pouco tempo todos ficam sabendo. Cada conexão de rede abre um mundo de possibilidades, minha rede é constituída de todos os meus conhecidos e de todos os conhecidos dos meus conhecidos.o fenômeno é constituído de: 1 fato gerador, conectividade, fluxo de informação, ambiência de cooperação, atribuição de relevância, ação autônoma, potencia da ação individual, transitoriedade e singularidade, força de laços fracos, confiança localizada, coordenação sem coordenador, gestão adhoc.


Susan Andrews – PIB ou FIB? Pra mim foi o ponto mais forte do evento e bate com tudo que eu penso. Tem uma introdução no próximo post e vou colocar algumas anotações aqui também.
Projetos em Campinas e Itapetininga em comunidades onde o número da amostra para aplicação do questionário era muito grande e resolveram utilizar jovens para tal. Primeiro porque não tinha quem fizesse (agentes de saúde...) segundo porque as pessoas estavam fartas de serem pesquisadas para engrandecer os trabalhos teóricos de acadêmicos que não iam lá pra resolver problemas, e os jovens, sendo da comunidade abriam portas. Mas, havia um problema, os jovens tinham timidez, vergonha... então foram convidados a irem na ecovila Visão Futuro participar de um treinamento. Foi o ponto chave para o sucesso do plano, pois eles tomaram para si o desafio e se empoderaram de gerar a possibilidade de mudança de paradigmas na comunidade.
A Explicação científica para o FIB – ocitocina é o antídoto ao cortisol que é o hormônio do estress. Confiança entre as pessoas gera ocitocina. Visitas aos amigos diminuíram e as pessoas não tem para quem contar problemas, trocar... gerando o estress.
Criaram também um filtro FIB para políticas públicas.
Próximo projeto em Paraisópolis. Ela falou de trim tab ou pequenas coisqas que podemos fazer, sem gastar muita energia, para conseguir um efeito desejado. Buscar em cada trabalho que faz esse trim tab. E o que dá sentido à vida de uma pessoa e a realiza potencialmente a sua felicidade é o senso de missão na vida, ou a dedicação a uma meta maior.

Para finalizar, a palestra paralela do Senac, q cai de paraquedas... Edvaldo Pereira Lima falou sobre o tipo de comunicação que fazemos e as possibilidades de criarmos um mundo diferente, mudando padrões pelo estímulo do cérebro a novos padrões, através de jogos, brincadeiras e histórias. Vai a dica para ler o livro que ele recém lançou: Ayrton Senna – Guerreiro de Aquario. Tudo a ver com o movimento que participo – Imagens e Vozes de Esperança – www.ive.org.br

Bom, isso é o resumo do resumo. O resto tá na minha cabeça. Se vc tem mais pra acrescentar, escreva ai... se quer conversar e se conectar é só combinar.

PIB X FIB



fonte: http://www.felicidadeinternabruta.org.br

O QUE É FIB?

FELICIDADE INTERNA BRUTA (FIB) é um indicador sistêmico desenvolvido no Butão, um pequeno país do Himalaia. O conceito nasceu em 1972, elaborado pelo rei butanês Jigme Singya Wangchuck. Desde então, o reino de Butão, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), começou a colocar esse conceito em prática, e atraiu a atenção do resto do mundo com sua nova fórmula para medir o progresso de uma comunidade ou nação. Assim, o cálculo da “riqueza” deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade da vida das pessoas.

FIB é baseado na premissa de que o objetivo principal de uma sociedade não deveria ser somente o crescimento econômico, mas a integração do desenvolvimento material com o psicológico, o cultural e o espiritualsempre em harmonia com a Terra.

As nove dimensões do FIB são:

1) BEM-ESTAR PSICOLÓGICO

Avalia o grau de satisfação e de otimismo que cada indivíduo tem em relação a sua própria vida. Os indicadores incluem a prevalência de taxas de emoções tanto positivas quanto negativas, e analisam a auto-estima, sensação de competência, estresse, e atividades espirituais.

2) SAÚDE

Mede a eficâcia das políticas de saúde, com critérios como auto-avaliação da saúde, invalidez, padrões de comportamento arriscados, exercício, sono, nutrição, etc.

3) USO DO TEMPO

O uso do tempo é um dos mais significativos fatores na qualidade de vida, especialmente o tempo para lazer e socialização com família e amigos. A gestão equilibrada do tempo é avaliada, incluindo tempo no trânsito, no trabalho, nas atividades educacionais, etc.

4) VITALIDADE COMUNITÁRIA

Foca nos relacionamentos e interações nas comunidades. Examina o nível de confiança, a sensação de pertencimento, a vitalidade dos relacionamentos afetivos, a segurança em casa e na comunidade, a prática de doação e de voluntariado.

5) EDUCAÇÃO

Leva em conta vários fatores como participação em educação formal e informal, competências, envolvimento na educação dos filhos, valores em educação, educação ambiental, etc.

6) CULTURA

Avalia as tradições locais, festivais, valores nucleares, partipação em eventos culturais, oportunidades de desenvolver capacidades artísticas, e discriminação por causa de religião, raça ou gênero.

7) MEIO AMBIENTE

Mede a percepção das cidadãos quanto a qualidade da água, do ar, do solo, e da biodiversidade. Os indicadores incluem acesso a áreas verdes, sistema de coleta de lixo, etc.

8) GOVERNANÇA

Avalia como a população enxerga o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eletoral, e a segurança pública, em termos de responsibilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos.

9) PADRÃO DE VIDA

Avalia a renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, etc.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

tião rocha em ermelino matarazzo

Treinamento Educação Popular com Tião Rocha/Ednalva

Manoel de Barros “Aquele que desaprende 8h por dia vira sábio”
Tião contou a história do CPCD e as perguntas que fez a si próprio e que acabaram por dar vida ao projeto: se era possível fazer educação sem escola e se é possível fazer uma boa educação em baixo de um pé de manga.

Algumas respostas que ele foi colhendo durante sua vivência: educação só acontece no plural, o professor ensina e o educador aprende, é possível fazer uma boa educação fora da escola e, tudo isso foi gerando novas perguntas que foram sedimentando o projeto.
Alguns pontos importantes do projeto são a biblioteca que funciona 24h como um hospital, devolveu à população do Vale do Jequitinhonha o sentimento de que o lugar deles era lá (meu lugar é aqui!), aprender o ponto de vista do outro, respeitando as diferenças, pois é ai que a gente se completa, e que o exercício mais importante a fazer é como agregar todos os pontos de vista de um grupo que, inicialmente, é um bando, mas, que se pretende transformar num verdadeiro time. Tião falou também da diferença entre piscadela e piscadela, para poder perceber as diferenças e que para construir um time é necessário ter em mente sempre 3 coisas: ser bom pra mim, bom pro grupo e bom pro projeto.

Dinâmicas:

- Crachá – cada um faz seu crachá com o nome que gosta de ser chamado e uma característica com a inicial do nome. Em seguida em duplas um se apresenta ao outro para depois, trocando os crachás um se apresentar como o outro. Pudemos verificar como facilitou a escuta ativa entre as pessoas e também como nos contatamos com nós mesmos, com nossas características e sentimentos para passar ao colega sem intereferências.
- bola - jogar bola repetindo os nomes, sem deixar cair. Cada vez que cai a bola volta ao início e retoma os nomes na mesma sequência. Facilita guardar os nomes do grupo e após vencer o desafio ao grupo de não deixar cair, gerqando cuidado um com o outro, passa a diminuir o tempo como um novo desafio, criando união entre o grupo e sentimento de superação.
Após os jogos a discussão fica para sedimentar o aprendizado onde cada um expõe o que percebeu.
No 2º dia começamos com 10 bolinhas de tenis recuperando a sequência dos nomesz do 1º dia. O exercício dava 5 oportunidades para colocar o maior n´mero de bolas dentro do saco, após fazer a sequência e sem deixar a bola cair. Após o exercício ficou a reflexão sobre os dois exercícios do 1º e do 2º dia e qual deles tinha mais a ver com a realidade da comunidade. Como administrar os pontos críticos sem excluir, levando em conta as dificuldades individuais. Tião após o exercício deu um exemplo de uma cidade no Maranhão em queo índice de mortalidade infantil era grande e comparou com a bola que cai, que poderia ser um menino que perdemos e que o melhor método é aquele que faz a gente ganhar o jogo. Em seguida falou sobre a MDI - maneiras diferentes e inovadoras de solucionar um problema.
O 2º jogo foi com a ajuda de um novelo de lã, jogando na mesma sequência do outro, só que dessa vez falando eu sei, eu faço e eu quero, expressando os saberes, fazeres e quereres de cada um. Após o exercício a teia formada pela lã foi colocada no chão e comparado a um mapa da comunidade. Tião pediu então para que as pessoas ocupassem os espaços formados no chão e cada um foi ocupar um dos espaços deixando muitos vazios. Então questionou os espaços vazios e fez com que pensássemos sobre eles e uma nova forma de ocuparmos os espaços, pensando nos espaços vazios também. Então o grupo ocupou novamente os espaços andando sobre eles, como se fossemos donos de todos os espaços e novamente parou para reflexão. Na sequência propos uma nova forma e assim o grupo ocupou vários espaços com seu corpo ao mesmo tempo. Então Tião propos para pensar novamente de que maneira os moradores se organizavam na comunidade.
Em seguida passou uma série de slides sobre formas organizativas, foirmas de fazer, sistemas de decisão, meio ambiente, relação de produção, memória e visão do mundo como componentes identificadores sociais que definem e constroem a cultura de um grupo.
No 3º dia, após o jogo do avião, em que nos dividimos em dois grupos, cada um com 4 aviões (cegos), um comandante (mudo) e o restante como minas e que combinássemos em grupo como fazer para guiar o avião de um lado a outro, passando pelas minas e pousando nas cadeiras do outro campo, refletimos sobre sensações vividas pelo grupo e processos para chegar ao resultado e como se poderia melhorar e também como fomos limitados deixando de utilizar o que não havia regra específica como o avião se comunicar com o comandante. Em seguida perguntou ao grupo quem era o avião, a mina e o comandante na comunidade. Após muitas reflexões e tentativas Tião esclareceu que o comandante deveria ser sempre os objetivos a alcançar e que o time existe em função dos objetivos.
Tião mostrou slide com dois gráficos sobre conceitos básicos de cultura e educação no Tic e Tac, ou seja, mudar de (tic)teconologias de informação e comunicação por (tac)tecnologia de aprendizagem e conhecimento. Falou sobre o olhar para o copo cheio ou o copo vazio e que olhar para o cheio é considerar o potencial humano existente na comunidade, ou IPDH.