quarta-feira, 29 de junho de 2011

Brasil à venda. E há quem compre

ARTIGO DE fREI BETTO
Brasil à venda. E há quem compre
Quem costuma ir à feira, ao mercado ou ao supermercado para comprar alimentos sabe muito bem que eles têm subido de preços. A inflação começa a ficar fora de controle. O governo Dilma está consciente de que este é o seu calcanhar de Aquiles.

Os juros tendem a subir e a União anunciou um corte de R$ 50 bilhões no orçamento federal. (Espero que programas sociais, Saúde e Educação escapem da tesoura). Tudo para impedir que o dragão desperte e abocanhe o pouco que o brasileiro ganhou a mais de renda nos oito anos de governo Lula.

Lá fora, há uma crise financeira, uma hemorragia especulativa difícil de estancar. Grécia, Irlanda e Portugal andam de pires nas mãos. Na Europa, apenas a Alemanha tem crescimento significativo. Nos EUA, o índice de crescimento é pífio, três vezes inferior ao do Brasil.

Por que a alta do preço dos alimentos? Devido à crise financeira, os especuladores preferem, agora, aplicar seu dinheiro em algo mais seguro que papéis voláteis. Assim, investem em compra de terras.

Outro fator de alta dos preços dos alimentos é a expansão do agrocombustível. Mais terras para plantar vegetais que resultam em etanol, menos áreas para cultivar o que necessitamos no prato.

Produzem-se alimentos para quem pode comprá-los, e não para quem tem fome (é a lógica perversa do capitalismo). Agora se planta também o que serve para abastecer carros. O petróleo já não é tão abundante como outrora.

Nas grandes extensões latifundiárias adota-se a monocultura. Plantam-se soja, trigo, milho... para exportar. O Brasil tem, hoje, o maior rebanho do mundo e, no entanto, a carne virou artigo de luxo. Soma-se a isso o aumento dos preços dos fertilizantes e dos combustíveis, e a demanda por alimento na superpopulosa Ásia. Mais procura significa oferta mais cara. A China desbancou os EUA como principal parceiro comercial do Brasil.

Soma-se a essa conjuntura a desnacionalização do território brasileiro. Já não se pode comprar um país, como no período colonial. Ou melhor, pode, desde que de baixo para cima, pedaço a pedaço de suas terras.

Há décadas o Congresso está para estabelecer limites à compra de terras por estrangeiros. Enquanto nossos deputados e senadores engavetam projetos, o Brasil vai sendo literalmente comido pelo solo.

Em 2010, a NAI Commercial Properties, transnacional do ramo imobiliário, presente em 55 países, adquiriu no Brasil, para estrangeiros, 30 fazendas nos estados de GO, MT, SP, PR, BA e TO. Ao todo, 96 mil hectares! Muitas compradas por fundos de investimentos sediados fora do nosso país, como duas fazendas de Pedro Afonso, no Tocantins, somando 40 mil hectares, adquiridas por R$ 240 milhões. Pagou-se R$ 6 por hectare. Hoje, um hectare no estado de São Paulo vale de R$ 30 mil a R$ 40 mil. É mais negócio aplicar em terras que em ações da Bolsa.

Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ano passado cerca de US$ 14 bilhões foram destinados, no mundo, a compras de terras para a agricultura. As brasileiras constaram do pacote. Estima-se que a NAI detenha no Brasil mais de 20% das áreas de commodities para a exportação.

O escritório da NAI no Brasil conta com cerca de 200 fundos de investimentos cadastrados, todos na fila para comprar terras brasileiras e destiná-las à produção agrícola.

O alimento é, hoje, a mais sofisticada arma de guerra. A maioria dos países gasta de 60 a 70% de seu orçamento na compra de alimentos. Não é à toa que grandes empresas alimentícias investem pesado na formação de oligopólios, culminando com as sementes transgênicas que tornam a lavoura dependente de duas ou três grandes empresas transnacionais.

O governo Lula falou muito em soberania alimentar. O de Dilma adota como lema “Brasil: país rico é país sem pobreza”. Para tornar reais tais anseios é preciso tomar medidas mais drásticas do que apertar o cinto das contas públicas.

Sem evitar a desnacionalização de nosso território (e, portanto, de nossa agricultura), promover a reforma agrária, priorizar a agricultura familiar e combater com rigor o desmatamento e o trabalho escravo, o Brasil parecerá despensa de fazenda colonial: o povo faminto na senzala, enquanto, lá fora, a Casa Grande se farta à mesa às nossas custas.
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Frei Betto é escritor e religioso dominicano. Recebeu vários prêmios por sua atuação em prol dos direitos humanos e a favor dos movimentos populares. Foi assessor especial da Presidência da República entre 2003 e 2004. É autor de "Batismo de Sangue", e "A Mosca Azul", entre outros.

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Momento Sustentabilidade: Você consome alimentos da estação e produzidos loc...: "Se sim, parabéns. Contribuir para a redução do uso de agrotóxicos e para a utilização mais racional dos recursos do planeta é um ato susten..."

terça-feira, 28 de junho de 2011

Momento Sustentabilidade: 2012 Tempo de Mudanças

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Encontro de Troca Solidária em Valinhos dia 18/6

Aconteceu o encontro de trocas no Clube de Mães, no parque da festa do figo, dia 18 de junho.
Muitas trocas, no sentido mais amplo. Na minha avaliação, apesar da divulgação, muitos ainda não conhecem ou não entendem o sentido de um encontro de trocas como esse. Talvez confundam com feira do rolo, talvez com uma forma de ganho mascarada, ou talvez nem pensem... De qualquer forma, os presentes se motivaram bastante e conseguiram promover um encontro bastante significativo para todos. Algumas mães, amigos, amigos de amigos, gente de outra cidade, enfim, penso que foi o início de muitas possibilidades. Há quem olhe por um outro lado e pense que foram poucas pessoas, mas, dentro da minha visão de permacultor, as soluções pequenas e lentas são mais naturais. Portanto, posso afirmar que o encontro foi um sucesso!
Saímos motivados para o próximo encontro, já agendado para dia 23 de julho, um sábado, as 14h no mesmo local.
O que tinha para trocar?
bananas, maracujás, mudas de suculentas, violão, revistas de receitas, livros, cd's, dvd's, sapatos femininos, roupas, urso gigante, brinquedos (só uma criança...), oficina de origami, esterilizador de ambiente, shiatsu e massagem energética, reiki, utensílios domésticos, música, patês e chás diversos, muitos olhares, amizades e conhecimentos.
Se você tem interesse em participar de uma experiência única, um exercício de desprendimento, de criação de uma nova realidade socialmente justa,  que não exclui ninguém, que valoriza o ser humano e as relações, que gera criatividade, que gera possibilidades de interação, participe desse movimento de economia solidária. Saiba mais, conheça mais, faça encontros como esse em seu prédio, em seu bairro, em sua rua, em sua escola, em sua empresa, em sua comunidade... crie oportunidades de um encontro de trocas sem envolvimento de dinheiro e a energia do capital. Experimente!

Compartilho algumas experiências de trocas e de economia solidária:
Textos e cartilhas sobre economia solidária e feiras de trocas - http://www.cefuria.org.br/site/tematicas/economia-solidaria.php
Feira do Glicério (SP) - http://feiradetrocascentro.blogspot.com/

Banco Social - http://www.youtube.com/watch?v=jWZP997S7TE

Faça contato com a gente para a próxima feira. Deixe um post ou e-mail (betosamu@gmail.com)





 oficina de origami
 blues a la xixa
 chás e patês

  partilha (avaliação final)


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Economia Solidária, feira de troca, consumo cooperado

Ontem, roda de conversa na Iris sobre o tema Economia Solidária.
Poucos foram. Talvez o frio, talvez o tema... não sei. O fato é, constatação minha, fora os 5 "entusiasmados", muitos "convidados" não puderam experimentar um novo olhar sobre a economia, sobre a vida... talvez, não queiram olhar, talvez não acreditem mais, talvez nem pensaram, talvez já saibam...
Marquei o entusiasmado pq eu vi ontem cedo, em um video o Galeano falando sobre o significado de entusiasmado: "ter os deuses dentro". Ele foi abordado por um repórter na Catalunya... na praça, e falou dessa vitamina E, e ontem, apesar de poucos, pude sentir isso... dentro das pessoas que estavam lá, que trocamos muito mais do que bananas, livro, sabonete, bilhete e CD... trocamos essa vitamina... E de entusiasmo, E, de esperança, E, de energia... é muito bom!!! principalmente qdo vejo jovens na busca de um mundo diferente, um mundo melhor, dispostos a pensar, a repensar e a nadar contra isso tudo que ai está... como diz Galeano, "me faz sentir q viver vale a pena".
Dentro desse espírito, compartilho aqui no blog idéias, leituras, e links sobre a Economia Solidária para quem quiser experimentar um novo olhar...

Banco Palmas - uma das maiores e melhores experiências positivas sobre economia solidária - um bairro da periferia de fortaleza, pobre, criou uma moeda social forte e uma economia que devolveu a dignidade dos moradores que tinham sido expulsos da Aldeota, bairro classe média em expansão.
http://www.youtube.com/watch?v=jWZP997S7TE,
http://www.youtube.com/watch?v=h8YLFKr7lZs e
http://www.youtube.com/watch?v=0bVrBk4Em9A
são 3 links de pequenos vídeos que mostram essa forma de ver uma economia, que não exclui, que valoriza a cooperação, a solidariedade, o ser humano, as relações, a dignidade do trabalhador e seu trabalho,. a criatividade, a democracia verdadeira, que valoriza a diversidade, o saber local, a justiça social, onde todos são "prossumidores" (consumidores e produtores) e, finalmente cuida do meio ambiente.
Um banco social empresta dinheiro a quem dele precisa e investe em seu futuro. Investe na vida! O banco é uma associação entre pessoas e atendem às pessoas e não a interesses individuais que visam o lucro, o acumulo, a exploração e a pilhagem de recursos.
Algumas das ferramentas da economia solidária: banco social, feira de troca solidária, compras coletivas, classificados solidários, cooperativas de crédito, consumo cooperado... tudo isso não é novo... mas, coisas que nos fizeram esquecer pois não contribuem para a outra economia insustentável que oprime, que explora...
onde 20 % se beneficia e 80 % vive das migalhas.

A feira de troca é uma alternativa viável ao assistencialismo humilhante e criador de uma sociedade de pedintes. Experimente a feira de trocas: marque com o grupo do seu prédio, da sua rua, do seu bairro. Ao invés de uma reunião de condomínio chata que ninguém vai... comece a fazer uma vez por semana um encontro com os moradores para trocas. Troca de brinquedos entre as crianças, de roupas entre as mulheres, de conhecimentos, de serviços, de livros, de artesanato, de cds, enfim, de qualquer coisa. Inclua a sua empregada, o faxineiro do prédio, o porteiro, o zelador, o morador de rua da esquina, a criança que fica na esquina pedindo esmola ou fazendo malabares na frente dos carros, o beberrão do bar da esquina... isso sim, é justiça social. Isso sim é caridade. Isso sim é respeitar a dignidade das pessoas. Porque não há ninguém melhor que ninguém. Em pouco tempo vcs vão sentir que todos os problemas vão poder se resolver com a feira. As pessoas vão interagir mais, vão se respeitar mais, vão criar condições melhores para o diálogo, para escutar, porque também serão escutados...

http://www.cefuria.org.br/site/tematicas/economia-solidaria.php
http://feiradetrocascentro.blogspot.com/
Estes links levam para algumas idéias a mais sobre economia solidária e feira de trocas

Consumo Cooperado
é uma outra ferramenta que aproxima muito as pessoas e criam condições reais de inclusão, bem estar e melhoria de vida. Quanto nós gastamos com coisas inúteis comprando produtos caros e que ficarão numa prateleira de armário empoeirando e ficando velho? Uma furadeira por exemplo: a vida útil dela é de apenas 15 minutos. É incrível q compremos um produto caro para usar apenas 15 minutos porque precisamos de um buraco. Nós não precisamos do CD quando queremos música, não precisamos do DVD qdo queremos na realidade o filme, nem muito menos livro, quando queremos história. Quanta coisa podemos Compartilhar? emprestar? Alugar? Dar? É só criar as condições para isso. em um prédio, numa rua, quantas coisas podemos trocar, doar, alugar, emprestar... assim sobra dinheiro para uma festa, para uma viagem, para se criar uma cooperativa de crédito e, quem sabe também para comprar coisas para todos, para o prédio, para a rua, para o bairro. Há cidades no mundo que tem produtos brancos, que são produtos de uso comum. Qualquer um vai lá, usa e guarda. Bom, talvez vc possa estar pensando que aqui no Brasil isso não vai dar certo... provavelmente não, no começo, mas, com um tempo, todos vão enxergar que é assim que se pode construir um mundo melhor, construindo relações melhores, acreditando no futuro, nas idéias, nas utopias.
Compartilho algumas idéias sustentáveis que andei pesquisando e pensando...>>> http://momentosustentabilidade.blogspot.com/

RELEMBRANDO O CONVITE: Sábado dia 18 de junho - as 14h Encontro de Troca Solidária - no salão do clube de mães de Valinhos - na festa do Figo. APAREÇA!!!

horta da Apae em junho

Colheita farta! Alface, chicória, salsa, cebolinha, espinafre, abobrinha, pepino, manjericão, girassol, capuchinha, hortelã.... agora, trabalho a mais, c arrumar algumas pisadas de bola: duas empresas que foram colocar a cerca viva e o alambrado, em função do serviço deles mataram pés de milho, girassol, algumas flores, chuchu e vagem. Será que tá certo isso? Um desrespeito à natureza, ao próximo e aos alunos que se dedicaram em plantar tudo. Enfim, já não são poucos os que plantam este tipo de atitude e uma hora vão colher os frutos dessa colheita, com certeza.
Vamos às fotos:
capuchinha

chicória crescendo

eu e Luis

belos girassóis com as capuchinhas em flor ao fundo


muito verde

desrespeito 1 (repare onde colocaram o poste depois de tirado e olha o tijolo...)

desrespeito 2 (a sobra da colocação da murta foi parar 
em cima do composto que estava quase pronto. 2 meses de trabalho jogados fora)

repolho e chicória

os tomates de vento em popa

provisório, em construção: Eventos em junho e julho

provisório, em construção: Eventos em junho e julho: "1. Roda de Conversa: Economia Solidária dia 14 de junho - terça-feira - às 19h30 http://www.irishomeopatia.com.br/ Rua dr Antonio de Ca..."

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Martelo no dedão

Martelo e dedão não combinam. Depois de 3 pauladas leves uma fatal me levou a nocaute... rsrs
Eram 4 chapas de zinco para perfurar com as pancadas no prego e elas funcionando como molas, ação e reação... para cada pancada um coice com o prego... acabou por estourar meu dedão... só lembrei do alicate no dia seguinte, quando voltei pra terminar o trabalho no telhado. hehe ai, foi bem mais rápido. Ainda bem q a gente aprende a lição.. mas, só depois de se machucar.
veja o vídeo!

terça-feira, 7 de junho de 2011