quarta-feira, 27 de julho de 2011

Por que ser vegano?

Quando rompi a barreira de passar 15 dias sem comer carne, percebi que poderia viver sem ela. Foi durante um evento de educação democrática em Mogi das Cruzes em 2007. Antes disso lembro que poucas vezes pensei em parar, uma delas foi quando viajava e fiquei atrás de um caminhão de galinhas. Não conseguia ultrapassar e aquele cheiro característico, me fez perceber que elas estavam vivas, num amontoado de galinhas, umas sobre as outras em cestas vazadas. No dia estava frio e chovendo, e elas estavam lá no frio e na chuva e com um vento, viajando a sei lá quantas horas, ou, dias. Chega, foi o bastante, ultrapassei e parei de pensar. Algumas vezes me vinha a mente aquela cena, mas, era só desligar e não sofria mais. É estranho pensar como eu fui indiferente e insensível durante tanto tempo depois de começar a enxergar uma verdade. Não pensar é uma forma de afastar o problema que incomoda. O fato de eu estar pensando nas galinhas, na sua dor e não poder fazer nada... eu acreditava que necessitava de carne, que isso era uma coisa normal, todos comiam carne... mas, e o sofrimento delas? Não pensar. Até que experimentei não comer carne durante 15 dias. A alimentação do evento era ovolactovegetariana. Sobrevivi, mas, tinha esquecido das galinhas. Um novo evento, um curso de permacultura, e novamente 10 dais sem carne. Conversa com um e com outro, me falaram de um vídeo: Terráqueos, que iria mexer comigo. Realmente, quando retornei à minha casa ao assisti-lo, fiquei chocado com as cenas que vi, fora as que eu não consegui ver... Terráqueos é uma carnificina do começo ao fim. O pior que não é ficção, mas, realidade. Me indicaram outro vídeo mais "light", A Carne é fraca. Além do lado do animal, mostra em números a poluição causada pela produção de animais para abate,  o impacto no planeta, no meio ambiente e na economia. Me convenceu. Parei com a carne. Comecei a pesquisar o que é ser vegetariano e vi que tem outro termo, vegano, que é mais que o vegetariano, além de não comer carne não consome nada de origem animal. /Vou começar como vegetariano. Pensei comigo mesmo que não vou compartilhar com a matança dos animais e assim, parei de comer carnes. Uma decisão difícil mas, sustentada pela compaixão pelos animais e também pelos números alarmantes de impactos no meio ambiente e na vida das pessoas. Achei até hoje, que estava satisfeito com minha escolha, até que meu filho, que não é vegetariano, me mandou um vídeo de uma palestra de um ativista americano. Mais uma porrada. Ele conta uma história da visita à uma fazenda de produção de leite e diz com todas as letras que é mais cruel tomar um copo de leite do que comer um bife. Na história havia uma vaca, urrando com todas as forças pois tiraram seu filhote. As vacas só dão leite por causa da cria. Na verdade a gente toma o leite que era para o seu filhote. Imaginei uma mãe sendo estuprada para ter um filho só para roubarem o leite dela... Chega. Acho que já adiei demais. Eu aprendi nesse tempo como vegetariano a valorizar as frutas, verduras e coisas da terra, inclusive plantando. Não vou sentir mais falta dos queijos e dos ovos. Um vício a menos...











consumo de carne é:
economicamente INVIÁVEL,
socialmente INJUSTO,
ambientalmente PREJUDICIAL,
ecologicamente INSUSTENTÁVEL,
nutricionalmente DESNECESSÁRIO e
moralmente INACEITÁVEL


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ecologia e Espiritismo


Ecologia e Espiritismo

É urgente que o movimento espírita absorva e contextualize, à luz da doutrina, os sucessivos relatórios científicos que denunciam a destruição sem precedentes dos recursos naturais não renováveis, no maior desastre ecológico de origem antrópica da história do planeta. Os atuais meios de produção e de consumo precipitaram a humanidade na direção de um impasse civilizatório, onde a maximização dos lucros tem justificado o uso insustentável dos mananciais de água doce, a desertificação do solo, o aquecimento global, a monumental produção de lixo, entre outros efeitos colaterais de um modelo de desenvolvimento “ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”.

Na pergunta 705 do Livro dos Espíritos, no capítulo que versa sobre a Lei de Conservação, Allan Kardec pergunta: “Porque nem sempre a terra produz bastante para fornecer ao homem o necessário?”, ao que a espiritualidade responde: “É que, ingrato, o homem a despreza! Ela, no entanto, é excelente mãe. Muitas vezes, também, ele acusa a Natureza do que só é resultado da sua imperícia ou da sua imprevidência. A terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se” (...).
É evidente que em uma sociedade de consumo, nenhum de nós se contenta apenas com o necessário. A publicidade se encarrega de despertar apetites vorazes de consumo do não necessário - daquilo que é supérfluo, descartável, inessencial - renovando a cada nova campanha a promessa de felicidade que advém da posse de mais um objeto, seja um novo modelo de celular, um carro ou uma roupa. Para nós espíritas, é fundamental que o alerta contra o consumismo seja entendido como uma dupla proteção : ao meio ambiente - que não suporta as crescentes demandas de matéria-prima e energia da sociedade de consumo, onde a natureza é vista como um grande e inesgotável supermercado – e ao nosso espírito imortal, já que, segundo a doutrina espírita, uma das características predominantes dos mundos inferiores da Criação é justamente a atração pela matéria. Nesse sentido, não há distinção entre consumismo e materialismo, e nossa invigilância poderá custar caro ao projeto evolutivo que desejamos encetar . Essa questão é tão crucial para o Espiritismo, que na pergunta 799 do Livro dos Espíritos, quando Kardec pergunta “de que maneira pode o Espiritismo contribuir para o progresso?”, a resposta é taxativa: “Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade.(...)”
Uma das mais prestigiadas organizações não governamentais do mundo, o Worldwatch Institute, com sede em Washington, divulga anualmente o relatório “Estado do Mundo”, uma grande compilação de dados e estudos científicos que revelam os estragos causados pelo atual modelo de desenvolvimento. Na última versão do relatório, referente ao ano de 2004, afirma-se que “o consumismo desenfreado é a maior ameaça à humanidade”. Os pesquisadores do Worldwatch denunciam que “altos níveis de obesidade e dívidas pessoais, menos tempo livre e meio ambiente danificado são sinais de que o consumo excessivo está diminuindo a qualidade de vida de muitas pessoas”.

Aos espíritas que mantém uma atitude comodista diante do cenário descrito nessas breves linhas, escorados talvez na premissa determinista de que tudo se resolverá quando se completar a transição da Terra ( de mundo de expiações e de provas para mundo de regeneração) é bom lembrar do que disse Santo Agostinho no capítulo III do Evangelho Segundo o Espiritismo. Ao descrever o mundo de regeneração, Santo Agostinho diz que mesmo livre das paixões desordenadas, num clima de calma e repouso, a humanidade ainda estará sujeita “às vicissitudes de que não estão isentos senão os seres completamente desmaterializados; há ainda provas a suportar (...) e que “nesses mundos, o homem ainda é falível, e o Espírito do mal não perdeu , ali, completamente o seu império. Não avançar é recuar , e se não está firme no caminho do bem, pode voltar a cair nos mundos de expiação, onde o esperam novas e terríveis provas”. Ou seja, não há mágica no processo evolutivo: nós já somos os construtores do mundo de regeneração, e , se não corrigirmos o rumo na direção do desenvolvimento sustentável, prorrogaremos situações de desconforto já amplamente diagnosticadas.

Não é possível, portanto, esperar a chegada do mundo de regeneração de braços cruzados. Até porque, sem os devidos méritos evolutivos, boa parte de nós deverá retornar à esse mundo pelas portas da reencarnação. Se ainda quisermos encontrar aqui estoques razoáveis de água doce, ar puro, terra fértil, menos lixo e um clima estável - sem os flagelos previstos pela queima crescente de petróleo, gás e carvão que agravam o efeito estufa – deveremos agir agora, sem perda de tempo.

Depois que a ONU decretou que 2003 seria o ano internacional da água doce, os católicos não hesitaram em, pela primeira vez em 40 anos de Campanha da fraternidade, eleger um tema ecológico: “Água: fonte de vida”. Mais de 10 mil paróquias em todo o Brasil foram estimuladas a refletir sobre o desperdício, a poluição e o aspecto sagrado desse recurso fundamental à vida. E nós espíritas? O que fizemos, ou o que pretendemos fazer? O grande Mahatma Gandhi - que afirmou certa vez que toda bela mensagem do cristianismo poderia ser resumida no sermão da montanha – nos serve de exemplo, quando diz “sejamos nós a mudança que nós queremos ver no mundo”.



Fonte 

André Trigueiro (autor deste artigo)Escritor, Jornalista da TV Globo e
autor do livro 'Mundo Sustentável'
http://www.mundosusten

quinta-feira, 7 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A Teia da Vida...

De uma coisa sabemos. A terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará.


carta so Chefe Seattle ao presidente dos Estados Unidos em 1854 >>>